segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

RENOVADO!

Sou uma grande pecadora! Reconheço isso todos os dias quando olho no espelho e vejo como estou. Sou errada e sou errante. E diante de minhas misérias é que eu vejo quão grande é o amor de Deus.

“Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior contudo, se renova a cada dia”. 2 Coríntios 4:16.
Nós somos o Grupo de Oração, Jovens Renovados pelo Espírito Santo. Declaramos dessa forma que Deus, na pessoa do Espírito Santo, nos renova a cada dia. A passagem em Coríntios vem dizer que ainda que o nosso corpo esteja fortemente ligado ao mundo, há um interior que é passivo de mudança a cada dia. Eu peco porque faço parte de um mundo pecador. Eu peco porque sou fraco, e até mesmo os santos se reconhecem, em algum momento de suas vidas, como pecadores.

No dia em que aceitamos servir a Deus, em que demos o nosso SIM ao chamado do Pai, naquele momento, se a resposta foi verdadeira, nós passamos a ser homens e mulheres novos. “Eu hoje lhe dou vida nova, renovo em ti o amor, lhe dou uma nova esperança, tudo que era velho passou”, não é assim que diz a música? Olha que forte isso! Deus nos dá vida nova, e renova em nós o amor. Ele não nos diz que nos dá um amor. Ele renova, e se ele renova, é a prova de que Deus jamais deixa de nos amar. Em nenhum momento de nossas vidas vivemos sem um amor, ainda que seja o amor próprio. Pode até acontecer de esse amor estar tão bem guardados em caixas (que insistimos em deixar acumulando em nossos corações), que nem nos damos conta disso. Mas sem amor, ninguém vive.
Deus nos dá a cada dia uma nova esperança. Esperança de ser mais gente, de ser menos pecador, de chegar ao céu. E o que ficou antes do SIM, o que era velho... passou! É preciso que a gente perceba isso, a cada dia. “Ainda que o nosso exterior se corrompa, o interior contudo, se renova a cada dia”. Ainda que por vezes eu seja influenciada, e me deixe levar pelo orgulho, pela ganância, pelas falsas amizades, há, nem que seja lá no fundo, um amor de Deus, que é maior que tudo isso, e que me remete, se eu permitir, a pensar que eu sou novo a cada dia.

Eu sou fascinada por música. Gosto de muitos estilos, e essa minha fascinação é refletida no ministério que Deus me colocou. Acredito que eu não poderia estar em outro lugar. A música faz parte da minha vida. E tem músicas que marcam a vida da gente por vários motivos. Nos fazem lembrar dos tempos de criança, de um amigo que mora longe, de um dia de chuva... de um amor que a gente tem ou que a gente “perdeu”.

Um certo dia numa roda de amigos, um deles em especial me pediu que eu cantasse uma música que eu sempre gostei muito, e que por várias vezes me levou a pensar num amor perdido. Na ocasião talvez foi o sentimento que a música me trouxe. Dias depois, após uma breve discussão com Deus, depois de ter enchido Deus de desaforos, porque há dias eu rezava pedindo uma graça e nada acontecia, liguei o som no computador e aí eu tive, naquele momento, um momento de cura interior.

O engraçado é que a música, diferente de muitas outras que me tocam o coração nesse sentido, não era uma mensagem de Deus para o meu eu, não diretamente, mas uma mensagem do meu eu, que estava escondido naquele depósito do coração, destinada a um meu eu que estava irritado, estressado, cansado de pedir, e cheio das dores do mundo. Era EVIDENTE que isso, em algum momento do meu dia iria acontecer, porque “ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia”.
“Quando digo que deixei de te amar, é porque eu te amo”. Olha a intensidade que tem nessas palavras. Eu tinha acabado de brigar com Deus. Eu tinha acabado de dizer pra ele que eu não acreditava mais no amor dele, fazendo o papel, naquele momento, de uma criança mimada, que faz chantagem emocional com o Pai para que ele lhe dê um brinquedo de presente. Eu tinha acabado de dizer pra ELE, que é o Senhor da minha vida, que eu tava cansada de acreditar, e de rezar, e de pedir, e de nada acontecer... Como se eu não amasse mais. E aí, a música, que tantas vezes me fez lembrar um amor que me fez sofrer, tava ali, me falando de um amor que não faz sofrer, que é verdadeiro, e que eu esqueço e que eu troco por amores que vem e vão.
“Quando digo que deixei de te amar, é porque eu te amo.
Quando eu digo que não quero mais você, é porque eu te quero.
Eu tenho medo de te dar meu coração, e confessar que eu estou em tuas mãos
Mas não posso imaginar o que vai ser de mim, se eu te perder um dia”.

Me diz uma coisa, depois de assumir publicamente que eu sou um Renovado pelo Espírito Santo, que direito eu tenho de olhar pro céu e dizer: Não te amo mais! Tu não é digno do meu amor!?
NENHUM!
Eu não tenho direito de amar pela metade aquele que me ama por inteiro. Eu não posso ter medo de dar meu coração, só pelo fato de não enxergar as graças que Deus me dá todos os dias, e achar que ele não faz nada por mim. E aí me veio o arrependimento. Eu, como uma mulher Renovada, não posso imaginar o que vai ser de mim se um dia Deus resolver me abandonar. Não posso por dois motivos: Eu ficaria sem chão. E o mais importante, ele JAMAIS faria isso, por este motivo eu não posso imaginar... é inimaginável.
“Eu me afasto e me defendo de você, mas depois me entrego”, era exatamente isso que estava acontecendo naquele momento tão meu e de Deus. Eu tava reconhecendo que era necessário eu voltar atrás: “Faço tipo, falo coisas que eu não sou, mas depois eu nego”. Aí veio o meu arrependimento. “(...)Eu preciso aceitar que não dá mais pra separar as nossas vidas”. É isso que eu tenho que fazer todos os dias. É o meu dever de jovem, é o meu dever de Renovada, é meu dever de filha de Deus. Aceitar que não tem como eu separar a minha vida de Deus. Porque ele me amou primeiro. Romper com Deus é bobagem, porque quem corre o risco de achar que não é amada, e de sofrer sozinha sou eu. Eu sofro porque penso que Deus não me ama. E Deus sofre, porque ele ama, e eu não vejo isso.

“E nessa loucura de dizer que não te quero, vou negando as aparências, disfarçando as evidencias, mas pra que viver fingindo se eu não posso enganar meu coração?! Eu sei que te amo! Chega de mentiras, de negar o meu desejo. Eu te quero mais que tudo, eu preciso do teu beijo. Eu entrego a minha vida pra você fazer o que quiser de mim (...)”. Quantas vezes eu cantei, e disse isso, pra tanta gente que não merecia ouvir! Quantas vezes eu me entreguei de alma aberta, me dei nas mãos de quem não me daria o valor necessário só pra satisfazer um momento. E eu digo de boca cheia, que nenhuma das vezes eu me senti 100% realizada, porque só há uma pessoa no mundo que merece essa entrega, e essa pessoa está acima de tudo, de qualquer momento, de qualquer meio-amor, de qualquer transa, de qualquer ilusão. Pois ele é o próprio amor. Deus quer essa entrega.
E é o único homem que é capaz de dizer todos os dias, que é verdade, que tem saudade, e que ainda, mesmo que a gente tenha se lambuzado com as doçuras do mundo, que a gente tenha andado por caminhos tortos, e estejamos sujos de lama, ele ainda quer a gente, e volta, todos os dias pra nos renovar, e nos amar.
Eu não sei quem é o autor dessa música, mas certamente, se ele conhecesse a Renovação Carismática Católica resolveria seguir a Deus. O autor faz dessa música, um momento de cura tão grande, tão intenso, que talvez nem ele tenha entendido o poder que há na canção, se vista com olhos da fé.

Daquele dia em diante. Antes de brigar com Deus, antes de falar qualquer coisa que vá ferir o meu Senhor, eu penso duas vezes. E se falo logo me arrependo. Porque eu entendi, através dessa música, que Deus até precisa de mim. Mas não há eu sem Deu. O meu eu sem Deus não é nada! O meu eu sem Deus é vazio, e cheio de buracos, que nem as estradas que a gente vê por aí.
Que seja evidente, a cada dia mais, o quanto Deus nos ama e nos quer renovados!

A última palavra?
sou RENOVADO!

Nenhum comentário:

Postar um comentário