sexta-feira, 29 de abril de 2011

Esperar? Eu quero é TENTAR!

Teve um dia na minha vida que eu realmente acordei pensando em ser feliz. Arrumei meus pensamentos. Organizei meus sentimentos. Programei o resto da minha vida, e então parti pra luta.
Ideia boba a minha, pensar que ser feliz depende unicamente de acordar inspirada. Por mais que no fundo eu pense isso mesmo, não é bem assim que as coisas acontecem. Não basta arrumar, organizar, programar a vida: TEM QUE VIVER.
Naquele dia (que eu acordei pra ser feliz), me deparei com tanta coisa fora do lugar, que nove e meia da manhã eu já havia perdido as esperanças. Enfim, encontrei o meu erro. O meu erro era justamente ESPERAR. Esperei demais que as coisas acontecessem do meu jeito. Esperei ter uma vida que eu não tinha, uma oportunidade que não dependia de organização, e sim de AÇÃO.
Naquele dia, que era de sol, e que por fim eu só via o cinza de tudo que eu estava escutando, e de tudo que eu estava vivendo, eu dei conta de que para eu ser feliz, eu precisava não ESPERAR. Não esperar que alguém me ame do jeito que eu amo. Não esperar que alguém me dê flores para enfeitar meu dia. Não esperar que a casa, o carro, a faculdade dos meus sonhos venham de mão beijada. Não esperar o anel de noivado, o pedido de casamento, a ligação surpresa só para dizer “eu te amo”, o recado escrito no espelho do quarto, o e-mail, o scrap, a mensagem no celular. Não esperar o convite pra festa, o beijo, o amasso, a piscadinha que gela o coração.
Não esperar o aumento, a promoção, o reconhecimento, a cura sem tratamento. Não esperar a verdade dos outros sempre (porque as pessoas mentem todos os dias), muito menos, esperar o compromisso consigo mesmo, que deve ser diário para todas as pessoas (parar de comer chocolates escondidos e deixar de fumar, verdadeiramente, também inclui-se aqui).
Dei conta que esperar era viver a ansiedade. E a ciência já comprovou que ansiedade traz sérios riscos à saúde mental e física.
Quantas vezes, em toda minha vida, eu só esperei. Quantas vezes me vi sentada em frente à felicidade, vendo ela com todas as suas cores brilhar, vir, e ir embora, sem ao menos dar-lhe a chance de permanecer comigo. Esperei, como todas as minhas forças não mais esperar, e ainda assim esperei.
Esperei a decisão dos outros, o conselho, o abraço, a palavra amiga. Esperei o amadurecimento, o brilho no olhar, o dinheiro estar na conta, esperei até mesmo o tempo passar.
Aprendi com a espera, mas nem sempre ela me fez feliz.  Já não posso mais. Vou agir. Talvez não seja assim tão fácil viver sem essas esperas, mas, me desafio a tentar. Quem sabe vivendo eu aprenda muito mais. Quem sabe tentando não esperar, já seja uma forma sutil de não alimentar as falsas esperas.
Vou tentar... “Deus não me disse que seria fácil. Mas prometeu que estaria comigo”.
texto: jornalista Tais Pacheco